Com este marcante longa-metragem de estreia, o diretor Ebrahim Golestan deu uma sacudida de modernismo no cinema iraniano pré-revolução, lançando as bases para a primeira nova onda do país, ainda muitas vezes negligenciada.
Quando uma mulher misteriosa (a ícone feminista Forugh Farrokhzad) abandona um bebê no banco de trás de seu táxi em uma noite, um motorista de táxi de Teerã chamado Hashem (Zakaria Hashemi) é lançado em uma jornada pela burocracia insensível da cidade enquanto tenta encontrar um lar para o bebê - uma situação que logo o coloca em conflito com sua carinhosa namorada Taji (Taji Ahmadi).
Combinando as influências da poesia persa, do cinema autoral da Europa dos anos 60 e do expressionismo Wellesiano, “TIjolo e Espelho” oferece um retrato de um relacionamento em ruínas que também funciona como uma dissecação devastadora de uma sociedade envenenada pelo medo, desconfiança e arrogância patriarcal.