Nas florestas densas e sombrias de uma província húngara, a busca por um assassino de crianças arrasta um outrora respeitado detetive para uma obsessão envolta em indecisão e desespero, mesmo depois de ter sido afastado do caso há muito tempo. O que surge não é uma história de crime, mas uma jornada angustiante pelas trevas da alma humana.
O fascinante filme em preto e branco de György Fehér possui um trabalho primoroso de câmera e planos. Tal como no trabalho do colega húngaro Béla Tarr (que foi consultor deste filme), o estilo narrativo de Fehér expande o tempo, tornando transparente a espera persistente do detetive, que se estende por várias épocas, antes que o filme nos surpreenda com seu final.
Versão restaurada exibida no Festival de Berlim de 2023